segunda-feira, outubro 16, 2006

Tem dias...

Os piores dias da minha vida são sem margem para dúvidas aqueles em que acordo e dou por mim a questionar-me. Questiono a minha existência, as minhas atitudes, as minhas fraquezas e os meus fortes. Questiono-me fisicamente, psicológicamente e até espiritualmente. Infelizmente a balança pesa sempre para o lado das tristezas do que para as alegrias e a monotonia e repulsa por não conseguir alcançar algo melhor tomam conta dos meus pensamentos. Todo o meu corpo exprime negatividade. Gostava de possuir um botãozinho de ON/OFF que me permitisse desligar dos meus pensamentos. Ficar apenas numa fase de levitação da alma. Poder ver o meu corpo sem ser pelos meus próprios olhos, contemplar a vida incansável do meu ser pelo lado de fora. Inevitavelmente acabo a reprovar um número impensável de expectativas furadas que cada vez mais contribuem para que eu dê cada vez mais descrédito ao, tão apreciado por muitos, sonho. Se para uns "o sonho comanda a vida", para outros destroi a vida. No meu caso, sinceramente, já não estou em posse das faculdades que me permitam chegar a uma conclusão coerente. Enfim, comparo-me facilmente a um dia chuvoso: - É um óptimo pretexto para não sair de casa e para não fazer rigorosamente nada!

Tem dias...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Pensamentos soltos...

De todas as coisas que já lemos na vida há umas que gostariamos que tivessem sido escritas para nós.


(Sérgio Minhós)

terça-feira, agosto 22, 2006

Não quero ser eu.

O ciclo normal da vida resume-se a nascer, crescer, reproduzir e morrer.
Quando nascemos somos puros, inocentes. Só podemos contar com a sorte. Sorte de ter uns progenitores que nos amem e nos preparem para a vida. Durante todo o nosso crescimento a primeira coisa consciente que aprendemos é algo que nos vai acompanhar para o resto dos nossos dias. No princípio a mentira é usada com algum prazer pois não temos qualquer ideia das consequências más que ela nos pode trazer, apenas experienciamos as boas.
Atingir um fim. A que preço?
Em segundo lugar tomamos consciência do amor. Ai o amor! As nossas hormonas explodem de desejos desconhecidos, o nosso corpo transforma-se, a nossa mente está sedenta de mais e mais.
- Quero mais, quero ter-te, quero conhecer-te, quero aprender contigo!
- Quero crescer mentalmente e fisicamente!
Ao sentirmos na pele as consequências más de uma mentira, tenha ela partido de nós ou de outra pessoa, descobrimos a mágoa e inevitavelmente o rancor. Tornamo-nos em pessoas protectoras do nosso pensamento, do nosso ego, da nossa alma.
Para quê tudo isto?
Não seria mais fácil poder-mos nunca passar por isto?
Esta faca de dois cumes faz exactamente parte de nós, das nossas vidas. Sem ela não seriamos pessoas conscientes, agiríamos simplesmente por impulsos como animais animados pelo frenezim do nascer e morrer das nossas células.
No fim, a morte.

Assim escreveu Mia Couto: "Em novos só nos ensinam o que não serve.Em velhos só aprendemos o que não presta".

quinta-feira, agosto 17, 2006

Sonhei!


Hoje tive um daqueles sonhos que me fez relembrar como era bom ser criança. Sonhei que podia voar, saltar sobre tudo e sobre todos, voava a uma velocidade sem igual numa completa ausência de gravidade. A sensação liberdade e inocência perante o perigo foi algo de maravilhoso que jamais pensei vir a sentir novamente. A saudade que tenho dos tempos em que no lago dos meus olhos apenas navegavam a inocência e a beleza das novas descobertas, o brilho da imaginação usada em simples objectos dos quais criava novos mundos, os meus mundos.
Todos nós sabemos como e quando deixámos de ser inocentes, o privilégio de ser criança se desvaneceu e passou pela metamorfose na qual o tempo passa a controlar tudo à nossa volta e a vida caminha para o final.

Sonhar é tudo o que temos e como disse António Gedeão :- "Eles não sabem, nem sonham,que o sonho comanda a vida..."

terça-feira, agosto 15, 2006

Quem sabe...

Hoje li que alguns povos árabes têm uma visão bastante interessante em relação às diferentes maneiras de amar. A sua análise resume-se a estas simples palavras: - "Os que amam demais perdem tudo, os que amam com ironia perduram." .
Em qual das duas eu ou vocês se enquandram? Acho que para responder a isto cada um de nós tem, inevitavelmente, que encontrar resposta para outra pergunta:- Quem sou eu?
De acordo com o nosso senso comum, as experiências de cada um, cada alegria, cada tristesa, cada paixão, cada desilusão, poderemos um dia responder a isto.
Eu sei quem sou e vocês? A questão é, se realmente terei necessidade de revelar em qual das duas análises de amar me enquadro. Qualquer uma é viável a uma determinada altura das nossas vidas mas só uma prevalece para o resto da mesma.
A vida pode ser tão cruel ao ponto de nos fazer duvidar da sua preciosidade e importância, mas também pode ser maravilhosa principalmente quando amamos alguém. Considero-me completamente viciado no amor. Amo por ele, ardo por ele, sofro por ele, morro por ele. Passo metade da minha existência a questionar-me se o amor vale a pena e no final chego sempre ao mesmo beco sem saída. Não consigo viver sem amar, sem ser amado. Sem eles sou produtivo, sou responsável, sou uma máquina guiada pelo impulso de fazer e fazer mais. Com eles sou impulsivo, sou louco, não tenho medo de me lançar de cabeça em novas experiências, sou mais bonito. Estar apaixonado é mais do que uma droga, é algo que me confere uma adrenalina inimaginável e inalcançável por qualquer outro meio. O dilema é encontrar a forma mais apropriada de exprimir o nosso amor por alguém. Todos nós já sentimos as terriveis marcas deixadas pelo amor quando este parte.
Quero acreditar que um dia o amor irá durar para sempre, até lá só o tempo saberá.

Quem és tu e como amas?

sexta-feira, junho 16, 2006

Tributo ás Marchas de Lisboa







As marchas populares de Lisboa nasceram em 1932, concretizando uma ideia original de José Leitão de Barros – então director do Notícias Ilustrado, realizador de cinema, promotor cultural e homem próximo de António Ferro (responsável pela política cultural do Estado Novo) – como resposta a uma encomenda do director do Parque Mayer, Campos Figueira: era preciso criar em Junho desse ano um espectáculo capaz de mobilizar a atenção dos lisboetas.
O sucesso popular foi tal que o concurso haveria de regressar, agora em 1934. A autarquia chamou então a si a organização das marchas e integrou-as no que chamaria de Festas da Cidade. Doze bairros, cada um com uma marcha, saíram para a rua e desfilaram com música, traje e coreografia inspirados num tema que se pretendia que reconstituísse um uso ou costume local, entoando canções que recuperavam o cariz popular.
Em poucos anos, a cidade apropriou-se das marchas como símbolo de uma identidade perdida entre o rural e o urbano que, embora uma novidade enquanto celebração do santo popular de Lisboa, convivem e até potenciam a tradição dos arraiais e bailes populares.
Desde então, a autarquia lisboeta, agora em colaboração com a Egeac, tem sido responsável pela organização das festas tradicionais do mês de Junho.
Manifestação de unidade e identidade cultural, as Festas de Lisboa centram-se nos festejos dos Santos Populares – fiéis à sua vertente tradicional através das Marchas e Arraiais populares –, embora apostando também em novas experiências, redefinindo conceitos e espaços culturais, convocando para tal agentes culturais e todas as forças vivas da cidade, num movimento de rara dimensão.
As Festas de Lisboa estão classificadas, no site Local Festivities (site holandês independente que faz o ranking dos melhores festivais da Europa, segundo critérios de dimensão, continuidade, originalidade, capacidade de gestão das organizações e divertimento inerente ao evento), entre os 50 melhores festivais europeus, posicionando-se à frente de outras também importantes manifestações europeias, de que são exemplo a Feira de Abril em Sevilha ou as Festas de S. Isídro em Madrid.

Ficam aqui algumas fotos que tirei desta nossa bonita tradição.
Espero que gostem :)

quinta-feira, junho 15, 2006

Dedicatória telepática

Tudo o que aqui escrevo
a tua mente acompanha.
Sem sons
sem olhares
sem presenças físicas.
Todos os dias fico no meu canto
aguardando a chegada dos teus braços
que desembarques no meu peito.
Amo a única coisa que todos odeiam
a forma como desarrumas as minhas manhãs
as minhas tardes
as minhas noites
os minutos e até os segundos.
Neste momento
sorris.
Um sorriso
desenhado pela ansiedade
de receber mais projecções dos meus sentimentos
dos meus pensamentos.
Telepaticamente ligados...
nós...

(Sérgio Minhós)

sábado, junho 10, 2006

Não tenho palavras

O último grito em Portugal é apelar ao patriotismo, esquecer tudo o resto e venerar o mundial de futebol 2006.Trocam-se os abusos que sofremos por parte das empresas que exploram o tão precioso ouro negro pela febre das bandeiras nas janelas e nos automóveis, trocam-se as aflições que cada cidadão tem no final de cada mês para encontrar uma solução para pagar todas as dívidas contraídas nos falsos salvadores.
Vemos os autocarros da Carris com mensagens de apoio à selecção nos placares electrónicos onde normalmente estamos acostumados a ver o nome do destino para onde queremos, ou não, viajar.
Todos trocam o stress laboral e a dor causada por todos os novos sacrifícios, quase diários, que o estado nos no incutiu com a promessa de uma vida melhor por um falso sorriso quase anormal.
Que se passa com os Portugueses??
O que será de nós quando todo este chamado sonho terminar?
O mais certo é assistir-mos a um aumento significativo de sem abrigo. Pessoas que viviam a sua modesta vidinha, mas o problema é que não pararam para pensar que não eram donas de nada, que fizeram um pacto com o diabo. Diabo esse que passou a ser dono e senhor de tudo e de todos habitualmente denominado por banco.
O mundial de futebol também mexe bastante comigo mas será que o nosso governo não se aproveita disso para nos provocar uma sensação de falso bem estar enquanto continua a por as mãos no nosso bolso sem dar-mos por isso?
Não vou deixar de dar o meu contributo para apoiar a nossa selecção mas nunca deixarei de manter uma boa ideia da verdadeira realidade.
Nem oito nem oitenta!

Fiquem bem e FORÇA PORTUGAL!!!

quinta-feira, maio 25, 2006

As pequenas coisas...

Este post era para ter sido escrito e lançado na terça feira mas os imprevistos da vida fazem destas coisas.
A caminho de Lisboa e deixando Beja para trás numa manhã ainda escura fui pensando na minha vida, as memórias recentes eram projectadas na tela dos meus olhos a uma velocidade inimaginável a que só nós próprios estamos acustumados. Experiências maravilhosas e outras não menos brilhantes, enfim, o comum em todos os mortais.
A dada altura o sono e eu travámos uma longa batalha entre o cansaço e a vontade de continuar para chegar ao fim da minha longa viagem. Tinha deixado algo precioso e muito querido para trás mas algo novo e demasiado importante me aguardava no final. Após várias batalhas por entre minutos e segundos de desespero eis que o imprevisível sucedeu: - O amanhacer tocou-me na nuca e ao senti-lo olhei pelo espelho retrovisor do meu carro e uma sensação de paz e conforto invadiu o meu corpo, as batalhas e gueras deixaram de fazer sentido, o cansaço passou a andar de mãos dadas com a minha vontade de chegar ao fim, um belo sorriso e o pensamento de que aquele momento fez com que tudo tivesse valido a pena.
A vida é feita de pequenas e grandes coisas mas são as primeiras que, mais vezes, nos fazem sentir especiais e únicos.
Deixo-vos com as vossas reflexões sobre o assunto :)

Um bem haja a todos!

terça-feira, maio 16, 2006

O inevitável


Hoje estou numa de falar sobre a única coisa que não conseguimos controlar nas nossas vidas: - O inevitável.
As nossas vidas são constuídas sobre os alicerces a que damos o nome de sonhos. Desde novos sonhamos com um futuro que só existe na nossa cabeça esquecendo cegamente que os elementos tempo e espaço podem mudar sem aviso prévio.Com o passar dos anos ganhamos experiência de vida, senso comum, e passamos a moderar os nossos sonhos de acordo com a realidade actual. A grande fatalidade reside no momento em que nos apercebemos que os sonhos não passam apenas disso mesmo, sonhos.
Dizem que deixar de sonhar é deixar de viver mas se pensarmos bem trata-se de um paradoxo. Acreditamos piamente que os sonhos podem ser verdadeiros e sofremos quando não se tornam realidade.
O que conseguimos na vida é por puro mérito do nosso esforço e dedicação e não através dos sonhos. Manter os pés bem assentes nos chão parece ser o maior problema de toda a Humanidade. Todos nós queremos ter sempre mais do que aquilo que a nossa realidade permite.
Tento ser feliz pelos meus meios, alcançar os meu objectivos mas continuo a deparar-me com o inevitável. Os sonhos nem sempre se realizam.

Fiquem bem.

quinta-feira, maio 11, 2006

Quem somos nós realmente?


Hoje acordei com o seguinte raciocício: - Quem serei eu na realidade?
Perdemos tanto tempo a conhecer a vidas dos outros, o que é que o actor comeu ou vestiu, o que é que o vizinho faz nas horas livres, o que é que o colega de trabalho faz quando vai à internet. Resumindo, passamos a vida a criticar o que os outros fazem ou deixam de fazer, ou melhor, passamos a viver a vida dos outros em vez das nossas. Isto acontece de tal forma e feitio que sabemos mais sobre os outros do que de nós própios.
Habituámo-nos de tal forma ao restos de vida a que nos permitimos viver que essa vida sofreu uma mutação para uma vida exterior ao corpo, aos sentidos.
Quantos de nós paramos em frente ao espelho e analisamos o nosso rosto? Conhecemos as nossas expressões de quando estamos contentes ou tristes, espantados ou aterrorizados, envergonhados ou apaixonados, conhecemos os pigmentos dos nossos olhos, os contornos do nosso corpo. Não,não estou a referir-me ao comportamento doentio que a sociedade de informação inflige a todos nós no que diz respeito a como o nosso corpo deve ser!
Adoro relembrar episódios maus ou bons e associá-los a uma expressão ou sensação vivida, conhecer o meu ser num todo.
Se eu me conhecer melhor, melhor me darei a conhecer aos outros.
Por hoje fico por aqui :)
Pensem no que ficou escrito hoje aqui.

Um bem haja a todos.

Sérgio Minhós

O nascimento


Antes de mais gostava de dar as boas vindas ao meu primeiro Blog. Tenho plena consciência que não se pode agradar a Gregos e Troianos mas não estou aqui para fazê-lo, estou aqui para partilhar pensamentos e experiências.
Desde já apelo ao bom senso e desencorajo todos aqueles que procuram os blogs para criticar tudo e todos por maldade e más formações.
Um grande bem haja a todos!

Sérgio Minhós