sexta-feira, junho 16, 2006

Tributo ás Marchas de Lisboa







As marchas populares de Lisboa nasceram em 1932, concretizando uma ideia original de José Leitão de Barros – então director do Notícias Ilustrado, realizador de cinema, promotor cultural e homem próximo de António Ferro (responsável pela política cultural do Estado Novo) – como resposta a uma encomenda do director do Parque Mayer, Campos Figueira: era preciso criar em Junho desse ano um espectáculo capaz de mobilizar a atenção dos lisboetas.
O sucesso popular foi tal que o concurso haveria de regressar, agora em 1934. A autarquia chamou então a si a organização das marchas e integrou-as no que chamaria de Festas da Cidade. Doze bairros, cada um com uma marcha, saíram para a rua e desfilaram com música, traje e coreografia inspirados num tema que se pretendia que reconstituísse um uso ou costume local, entoando canções que recuperavam o cariz popular.
Em poucos anos, a cidade apropriou-se das marchas como símbolo de uma identidade perdida entre o rural e o urbano que, embora uma novidade enquanto celebração do santo popular de Lisboa, convivem e até potenciam a tradição dos arraiais e bailes populares.
Desde então, a autarquia lisboeta, agora em colaboração com a Egeac, tem sido responsável pela organização das festas tradicionais do mês de Junho.
Manifestação de unidade e identidade cultural, as Festas de Lisboa centram-se nos festejos dos Santos Populares – fiéis à sua vertente tradicional através das Marchas e Arraiais populares –, embora apostando também em novas experiências, redefinindo conceitos e espaços culturais, convocando para tal agentes culturais e todas as forças vivas da cidade, num movimento de rara dimensão.
As Festas de Lisboa estão classificadas, no site Local Festivities (site holandês independente que faz o ranking dos melhores festivais da Europa, segundo critérios de dimensão, continuidade, originalidade, capacidade de gestão das organizações e divertimento inerente ao evento), entre os 50 melhores festivais europeus, posicionando-se à frente de outras também importantes manifestações europeias, de que são exemplo a Feira de Abril em Sevilha ou as Festas de S. Isídro em Madrid.

Ficam aqui algumas fotos que tirei desta nossa bonita tradição.
Espero que gostem :)

quinta-feira, junho 15, 2006

Dedicatória telepática

Tudo o que aqui escrevo
a tua mente acompanha.
Sem sons
sem olhares
sem presenças físicas.
Todos os dias fico no meu canto
aguardando a chegada dos teus braços
que desembarques no meu peito.
Amo a única coisa que todos odeiam
a forma como desarrumas as minhas manhãs
as minhas tardes
as minhas noites
os minutos e até os segundos.
Neste momento
sorris.
Um sorriso
desenhado pela ansiedade
de receber mais projecções dos meus sentimentos
dos meus pensamentos.
Telepaticamente ligados...
nós...

(Sérgio Minhós)

sábado, junho 10, 2006

Não tenho palavras

O último grito em Portugal é apelar ao patriotismo, esquecer tudo o resto e venerar o mundial de futebol 2006.Trocam-se os abusos que sofremos por parte das empresas que exploram o tão precioso ouro negro pela febre das bandeiras nas janelas e nos automóveis, trocam-se as aflições que cada cidadão tem no final de cada mês para encontrar uma solução para pagar todas as dívidas contraídas nos falsos salvadores.
Vemos os autocarros da Carris com mensagens de apoio à selecção nos placares electrónicos onde normalmente estamos acostumados a ver o nome do destino para onde queremos, ou não, viajar.
Todos trocam o stress laboral e a dor causada por todos os novos sacrifícios, quase diários, que o estado nos no incutiu com a promessa de uma vida melhor por um falso sorriso quase anormal.
Que se passa com os Portugueses??
O que será de nós quando todo este chamado sonho terminar?
O mais certo é assistir-mos a um aumento significativo de sem abrigo. Pessoas que viviam a sua modesta vidinha, mas o problema é que não pararam para pensar que não eram donas de nada, que fizeram um pacto com o diabo. Diabo esse que passou a ser dono e senhor de tudo e de todos habitualmente denominado por banco.
O mundial de futebol também mexe bastante comigo mas será que o nosso governo não se aproveita disso para nos provocar uma sensação de falso bem estar enquanto continua a por as mãos no nosso bolso sem dar-mos por isso?
Não vou deixar de dar o meu contributo para apoiar a nossa selecção mas nunca deixarei de manter uma boa ideia da verdadeira realidade.
Nem oito nem oitenta!

Fiquem bem e FORÇA PORTUGAL!!!