quarta-feira, agosto 23, 2006

Pensamentos soltos...

De todas as coisas que já lemos na vida há umas que gostariamos que tivessem sido escritas para nós.


(Sérgio Minhós)

terça-feira, agosto 22, 2006

Não quero ser eu.

O ciclo normal da vida resume-se a nascer, crescer, reproduzir e morrer.
Quando nascemos somos puros, inocentes. Só podemos contar com a sorte. Sorte de ter uns progenitores que nos amem e nos preparem para a vida. Durante todo o nosso crescimento a primeira coisa consciente que aprendemos é algo que nos vai acompanhar para o resto dos nossos dias. No princípio a mentira é usada com algum prazer pois não temos qualquer ideia das consequências más que ela nos pode trazer, apenas experienciamos as boas.
Atingir um fim. A que preço?
Em segundo lugar tomamos consciência do amor. Ai o amor! As nossas hormonas explodem de desejos desconhecidos, o nosso corpo transforma-se, a nossa mente está sedenta de mais e mais.
- Quero mais, quero ter-te, quero conhecer-te, quero aprender contigo!
- Quero crescer mentalmente e fisicamente!
Ao sentirmos na pele as consequências más de uma mentira, tenha ela partido de nós ou de outra pessoa, descobrimos a mágoa e inevitavelmente o rancor. Tornamo-nos em pessoas protectoras do nosso pensamento, do nosso ego, da nossa alma.
Para quê tudo isto?
Não seria mais fácil poder-mos nunca passar por isto?
Esta faca de dois cumes faz exactamente parte de nós, das nossas vidas. Sem ela não seriamos pessoas conscientes, agiríamos simplesmente por impulsos como animais animados pelo frenezim do nascer e morrer das nossas células.
No fim, a morte.

Assim escreveu Mia Couto: "Em novos só nos ensinam o que não serve.Em velhos só aprendemos o que não presta".

quinta-feira, agosto 17, 2006

Sonhei!


Hoje tive um daqueles sonhos que me fez relembrar como era bom ser criança. Sonhei que podia voar, saltar sobre tudo e sobre todos, voava a uma velocidade sem igual numa completa ausência de gravidade. A sensação liberdade e inocência perante o perigo foi algo de maravilhoso que jamais pensei vir a sentir novamente. A saudade que tenho dos tempos em que no lago dos meus olhos apenas navegavam a inocência e a beleza das novas descobertas, o brilho da imaginação usada em simples objectos dos quais criava novos mundos, os meus mundos.
Todos nós sabemos como e quando deixámos de ser inocentes, o privilégio de ser criança se desvaneceu e passou pela metamorfose na qual o tempo passa a controlar tudo à nossa volta e a vida caminha para o final.

Sonhar é tudo o que temos e como disse António Gedeão :- "Eles não sabem, nem sonham,que o sonho comanda a vida..."

terça-feira, agosto 15, 2006

Quem sabe...

Hoje li que alguns povos árabes têm uma visão bastante interessante em relação às diferentes maneiras de amar. A sua análise resume-se a estas simples palavras: - "Os que amam demais perdem tudo, os que amam com ironia perduram." .
Em qual das duas eu ou vocês se enquandram? Acho que para responder a isto cada um de nós tem, inevitavelmente, que encontrar resposta para outra pergunta:- Quem sou eu?
De acordo com o nosso senso comum, as experiências de cada um, cada alegria, cada tristesa, cada paixão, cada desilusão, poderemos um dia responder a isto.
Eu sei quem sou e vocês? A questão é, se realmente terei necessidade de revelar em qual das duas análises de amar me enquadro. Qualquer uma é viável a uma determinada altura das nossas vidas mas só uma prevalece para o resto da mesma.
A vida pode ser tão cruel ao ponto de nos fazer duvidar da sua preciosidade e importância, mas também pode ser maravilhosa principalmente quando amamos alguém. Considero-me completamente viciado no amor. Amo por ele, ardo por ele, sofro por ele, morro por ele. Passo metade da minha existência a questionar-me se o amor vale a pena e no final chego sempre ao mesmo beco sem saída. Não consigo viver sem amar, sem ser amado. Sem eles sou produtivo, sou responsável, sou uma máquina guiada pelo impulso de fazer e fazer mais. Com eles sou impulsivo, sou louco, não tenho medo de me lançar de cabeça em novas experiências, sou mais bonito. Estar apaixonado é mais do que uma droga, é algo que me confere uma adrenalina inimaginável e inalcançável por qualquer outro meio. O dilema é encontrar a forma mais apropriada de exprimir o nosso amor por alguém. Todos nós já sentimos as terriveis marcas deixadas pelo amor quando este parte.
Quero acreditar que um dia o amor irá durar para sempre, até lá só o tempo saberá.

Quem és tu e como amas?