quinta-feira, janeiro 17, 2008

Poeiras



Faz tempo que para ti não passo de uma trivial moldura
esquecida entre a parede e o pó,
soçobrado em memórias remotas.
Acostumei-me a ver a sujidade impregnar a mobília,
as teias de aranha florescendo nos cantos do tecto.
As minhas lágrimas estão secas,
reduzidas a pó, fino, que se translada em tudo e em nada.
A minha vida é moldada pelas miragens
assentes na crença de que o dia seguinte será melhor que o anterior.
Estou cansado.

Estou cansado no olhar,
no toque,
no escutar.

(Sérgio Minhós)
28-12-07

2 comentários:

  1. Tanto o texto coma foto estão geniais...
    Parabéns...

    Beijos

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  2. Quando se está cansado, fecha-se os olhos e descansa-se. Foge-se para outras paragens, lava-se a mente e os olhos com outras visões do mundo.

    (espero que já tenhas sacudido as teias de aranha todas)

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