
Se todo o ser ao vento abandonamos
e sem medo nem dó nos destruímos,
se morremos em tudo o que sentimos
e podemos cantar, é porque estamos
nus, em sangue, embalando a própria dor
em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
e a alma beberá esse esplendor
prometido nas formas que perdemos.
Sophia de Mello Breyner Andresen (Obra Poética I, pg. 59)
Imagem ( Autor desconhecido)
Bem haja...
SM